Ácido gordo, componente importante dos lípidos (componentes lipídicos das células vivas) em plantas, animais, e microrganismos. Geralmente, um ácido gordo consiste numa cadeia recta de um número par de átomos de carbono, com átomos de hidrogénio ao longo do comprimento da cadeia e numa extremidade da cadeia e um grupo carboxilo (-COOH) na outra extremidade. É esse grupo carboxílico que o torna um ácido (ácido carboxílico). Se as ligações carbono-carbono forem todas únicas, o ácido é saturado; se alguma das ligações for dupla ou tripla, o ácido é insaturado e é mais reactivo. Alguns ácidos gordos têm cadeias ramificadas; outros contêm estruturas anelares (por exemplo, prostaglandinas). Os ácidos gordos não se encontram num estado livre na natureza; normalmente existem em combinação com glicerol (um álcool) sob a forma de triglicérido.
/div>
Entre os ácidos gordos mais amplamente distribuídos encontram-se os ácidos gordos de 16 e 18-carbonos, também conhecidos como ácido palmítico e ácido esteárico, respectivamente. Tanto os ácidos palmítico como esteárico ocorrem nos lípidos da maioria dos organismos. Nos animais, o ácido palmítico constitui até 30% da gordura corporal. É responsável por 5% a 50% dos lípidos das gorduras vegetais, sendo especialmente abundante no óleo de palma. O ácido esteárico é abundante em alguns óleos vegetais (por exemplo, manteiga de cacau e manteiga de karité) e constitui uma proporção relativamente elevada dos lípidos encontrados no sebo de ruminantes.
Muitos animais não conseguem sintetizar ácido linoleico (um ácido gordo ómega 6) e ácido alfa-linolénico (um ácido gordo ómega 3). Estes ácidos gordos são, contudo, necessários para processos celulares e para a produção de outros ácidos gordos ómega-3 e ómega-6. Assim, porque devem ser ingeridos através da dieta, são chamados ácidos gordos essenciais. Os ácidos gordos ómega 6 e ómega 3 derivados do ácido linoleico e do ácido alfa-linolénico, respectivamente, são necessários condicionalmente por muitos mamíferos – são formados no corpo a partir dos ácidos gordos dos seus pais, mas nem sempre a níveis necessários para manter uma saúde ou desenvolvimento óptimos. Pensa-se que os bebés humanos, por exemplo, têm uma necessidade condicionalmente essencial de ácido docosahexaenóico (DHA), que é derivado do ácido alfa-linolénico, e possivelmente também de ácido araquidónico, que é derivado do ácido linoleico.
Ácidos gordos têm uma vasta gama de aplicações comerciais. Por exemplo, são utilizados não só na produção de numerosos produtos alimentares, mas também em sabões, detergentes, e cosméticos. Os sabões são os sais de sódio e potássio dos ácidos gordos. Alguns produtos de cuidado da pele contêm ácidos gordos, que podem ajudar a manter a aparência e função saudável da pele. Os ácidos gordos, particularmente os ácidos gordos ómega 3, são também normalmente vendidos como suplementos alimentares.