Exame cardiovascular – Parte um de uma série de quatro partes – Medir a pressão venosa jugular

pressão venosa jugular (JVP) é a pressão sanguínea nas veias jugulares.

Abstract

VOL: 103, QUESTÃO: 25, PÁGINA NÃO: 28

Phil Jevon, PGCE, BSc, RN, é oficial de reanimação/especialista clínico principal e honorário, University of Birmingham Medical School

Alan Cunnington, FRCP, MD, é médico consultor; ambos no Manor Hospital, Walsall

A veia jugular interna é observada para avaliar a pressão venosa central. A causa mais comum de JVP elevada é a insuficiência cardíaca congestiva, na qual a pressão venosa elevada reflecte insuficiência ventricular direita (Epstein et al, 2003).

ANATOMIA E FISIOLOGIA RELACIONADAS

As veias jugulares drenam sangue da cabeça. Há ramos internos e externos. A veia jugular interna encontra-se no fundo da raiz do pescoço, medial ao músculo esternomastóide (Fig 1). Está ligada à veia cava superior e ao átrio direito, sem qualquer válvula interventiva (Epstein et al, 2003).

A veia jugular externa situa-se lateralmente ao músculo esternomastóide e é mais superficial do que a veia jugular interna, pelo que é mais fácil de ver. No entanto, a veia jugular externa pode ficar comprimida à medida que entra no peito, pelo que não se pode confiar nela para avaliar a posição ou forma de onda do JVP (Talley e O’Connor, 2001).

Pressão venosa justa

Pressão no átrio direito é um indicador importante de doença cardíaca ou pulmonar; como o átrio direito comunica directamente com a veia jugular interna direita, a pressão dentro da veia fornece uma indicação precisa da pressão atrial direita (Cox e Roper, 2005). Quando a pressão no átrio direito é suficientemente elevada, o sangue volta a fluir para a veia jugular interna. Isto pode ser observado como uma pulsação, o que permite a um clínico estimar a pressão no átrio (Talley e O’Connor, 2001).

A pressão média no átrio direito é normalmente <7mmHg (9cm H2O); como o ângulo esterno está aproximadamente 5cm acima do átrio direito, o pulso de pressão jugular normal não deve ser >4cm (9cm-5cm) acima do ângulo esterno. Portanto, num paciente saudável com pressão atrial direita normal:

– Sentado a um ângulo de 45 graus – o ponto de transição entre a veia distendida e a veia colapsada pode ou não ser visível; se for visível, a pulsação será vista imediatamente acima da clavícula;

– Deitada – a veia jugular será distendida e a pulsação não será visível;

– Sentada em pé – a parte superior da veia será colapsada e o ponto de transição entre ela e a veia distendida será obscurecido, pelo que a pulsação não será vista (Fig 2) (Douglas et al, 2005).

Os praticantes experientes na avaliação de JVP podem obter mais informação detalhada através da análise da forma de onda JVP.

Na dissociação atrioventricular (as contracções atriais e ventriculares não estão relacionadas no tempo), o átrio direito por vezes contrai-se contra uma válvula tricúspide fechada, resultando em grandes pulsações venosas jugulares ou ‘ondas de canhão’. Estas ocorrem em intervalos irregulares porque por vezes a válvula tricúspide será fechada e por vezes será aberta (Cox e Roper, 2005).

Causas de um JVP elevado incluem:

– Insuficiência cardíaca congestiva;

– Insuficiência cardíaca direita;

– Tamponamento cardíaco;

– Embolia pulmonar;

– Obstrução de veia cava superior;

– Sobrecarga de fluido IV (Epstein et al, 2003).

Pulsação venosa jugular pode ser distinguida do pulso carotídeo porque:

– É visível mas não palpável;

– Move-se com a respiração;

– É afectado quando é aplicada pressão no abdómen (Ford et al, 2005).

O PROCEDIMENTO

– Explica o procedimento ao paciente.

– Garante uma iluminação adequada.

– Adopta uma posição à direita do paciente.

– Ao mesmo tempo que garante a privacidade e mantém a dignidade do paciente, expõe a parte superior do tórax. Remover qualquer roupa restritiva à volta do pescoço e do peito do paciente.

– Posicionar o paciente num ângulo de 45 graus, deixando uma almofada debaixo da cabeça (Fig 3).

– Pedir ao paciente para virar a sua cabeça para a esquerda (Fig 4).

– Observar o nível das pulsações venosas jugulares imediatamente acima da clavícula.

– Medir a distância vertical (cm) entre o ângulo esternal (articulação manubrio esternal ou ângulo de Louis) e o nível mais alto visível de pulsação da veia jugular (Fig 5) (McConnell, 1998). A distância normal é <4cm; adicione 5cm a isto porque o átrio direito está 5cm abaixo do ângulo esternal.

– Se for difícil ver a pulsação venosa jugular, brilha uma luz brilhante directamente no pescoço do paciente (McConnell, 1998).

– Se ainda for difícil ver a pulsação venosa jugular ou se houver incerteza se a pulsação é venosa ou arterial, algumas autoridades recomendam uma compressão suave no quadrante superior direito do abdómen (Fig 6). Isto aumentará transitoriamente a pressão venosa, resultando numa veia jugular interna mais proeminente. A pulsação venosa volta normalmente ao normal após alguns segundos (mesmo com pressão abdominal contínua); se permanecer elevada, isto sugere insuficiência cardíaca do lado direito (Cox e Roper, 2005).

– Documentar as conclusões sobre se a pulsação venosa jugular é visível e, em caso afirmativo, se é normal ou elevada.

RESPONSABILIDADES PROFISSIONAIS

Este procedimento só deve ser realizado após formação aprovada, prática supervisionada e avaliação de competência, e realizado de acordo com as políticas e protocolos locais.

– Este artigo foi duplamente cego e revisto por pares.

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