GoodTherapy (Português)

  • Maio 15, 2014
  • Por Joshua Nash, LPC-S, Contribuinte Especialista em Tópicos de Gestão da Raiva

fists clenched on a wooden table in anger Numa série de artigos sobre GoodTherapy, explorei o facto de a nossa raiva possuir frequentemente desencadeadores emocionais subjacentes. O meu primeiro artigo começou a exploração assinalando que muitas estratégias de gestão da raiva evitam que nos confrontemos com o que pode estar à espreita por baixo da raiva e da frustração. O meu segundo artigo visava a tristeza não expressa como um dos principais culpados da raiva. Neste artigo, concentrar-me-ei na ansiedade e em como ela, também, se pode transformar em raiva quando não reconhecida e não expressa.

Ansiedade deve ser entendida como uma experiência auto-criada de medo que vem do foco no futuro. Embora se possa sentir um pouco como excitação, a ansiedade pode sentir-se debilitante porque o foco no temido acontecimento futuro parece paralisar-nos. A ansiedade tira-nos do momento presente e desliga-nos da realidade pela qual estamos rodeados. A ansiedade não é divertida porque quando acreditamos que coisas más vão acontecer, experimentamos coisas más no momento presente. A ligação da ansiedade à raiva existe no mesmo plano que a ligação da raiva a todas as outras emoções, através da negação e da supressão.

Desde que a ansiedade é simplesmente outra forma de medo, muitos de nós lutamos para admitir que temos medo. Tal como a tristeza e a culpa, temos sido pré-condicionados desde cedo para negar e ignorar o nosso medo. O medo é fraqueza, diz-se. Admitir que temos medo é, portanto, equivalente a suicídio social. Assim, em vez de admitirmos que nos sentimos ansiosos, suprimimos a energia criada, que por sua vez fica alojada no nosso corpo. A verdade de ignorarmos as nossas verdadeiras emoções vem assombrar-nos, impedindo-nos de viver o tipo de vida alegre e realizadora com que sonhámos.

Ansiedade – Toda a ansiedade – começa na mente. Começa como uma pequena história do que acreditamos que nos falta. Confiança. Paciência. Força. Muitas vezes, acreditamos que nos falta aquilo que pensamos ser necessário para sermos bem sucedidos. Com o tempo, a história da nossa percepção da falta é-nos “provada” através do nosso comportamento imobilizado. Deixamos de ser assertivos e pró-activos. Deixamos de viver, e depois, eis que nos sentimos fracos e impotentes. Quando não temos consciência destas histórias de mini-horror e da energia frenética que elas criam nos nossos corpos, posicionamo-nos para sermos demasiado sensíveis, irritáveis e zangados.

O caminho para ultrapassar esta questão de ansiedade disfarçada de “questão de raiva” revelar-se-á ridiculamente simples. Abranda. Sim, é isso mesmo. Embora simples, advirto as pessoas em terapia que o simples processo de abrandamento não é tão fácil. O simples vem dos pequenos passos comportamentais que adoptará; o não tão fácil de fazer vem dos anos de condicionamento que terá de superar.

Slowing down significa realinhar o corpo com a mente. Mais directamente, significa silenciar a mente e concentrar-se apenas numa actividade, a actividade existente no momento presente. Onde a ansiedade nos afasta do momento presente e nos faz entrar na mente, o abrandamento traz-nos de volta ao corpo, que existe sempre no momento presente. A raiva que vem de uma ansiedade não reconhecida e não expressa ferve frequentemente logo abaixo da superfície. Por “superfície”, refiro-me literalmente ao corpo. Imagine que a ansiedade é o rastilho e algum evento externo actua como a faísca. Rodeados por potenciais faíscas, explodiremos se não nos desarmarmos activamente.

P>Escolha algo sensual para se concentrar agora mesmo. Escolha algo que possa ouvir, ver, provar, cheirar, ou tocar. Concentre-se nas sensações que ocorrem no seu corpo enquanto bebe o seu café ou ouve a dactilografia no escritório. Quando um pensamento aparece, e vai aparecer, basta dizer-lhe: “Agora não, estou a abrandar”. Com o tempo, tornar-se-á bastante hábil em abrandar. Quando se abranda, não produzimos a ansiedade que depois leva à nossa raiva crónica. Tornarmo-nos mestres do nosso próprio mundo interior permite-nos a liberdade de responder à realidade em vez de reagir a ela.

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